sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Software Livre - Linux (Por Bruno Teixeira de Souza Oliveira)

INSTITUTO LUTERANO DE ENSINO SUPERIOR DE PORTO VELHO ILES/ULBRA



BRUNO T. DE SOUZA OLIVEIRA


ARTIGO CIENTíFICO

Porto Velho

2008

Software Livre – Linux

Bruno Teixeira de Souza Oliveira


Resumo

Este artigo tem o objetivo de definir e explicar o que é o software livre, sua origem e os benefícios provenientes do seu uso atualmente nas organizações e também no ambiente residencial. Busca mostrar que a informática não gira em torno de Microsoft Windows e outros aplicativos proprietários, mas, que há um grande leque nesta área que precisa vir à tona. Foi utilizada a metodologia, cuja abordagem foi à pesquisa científica a livros, artigos, e sítios na internet. De acordo com as informações apresentadas, conclui-se que o uso do software livre – em questão, o Linux – vem atender firmemente as atuais necessidades no mundo da informática de modo geral, como sistemas e aplicativos de alto nível de desempenho e facilmente controláveis.


Palavras-chaves:


Licença: É uma definição de ações autorizadas (ou proibidas) concedidas (ou impostas) pelo programador ou autor do software ao usuário deste software.

Código-fonte: É a seqüência de instruções que formam um programa. É inicialmente escrito em uma linguagem de programação (chamada neste caso de linguagem de alto nível).

Kernel: Núcleo (ou cerne) do Sistema Operacional; representa a camada de software mais próxima do hardware, sendo responsável por gerenciar os recursos do sistema computacional como um todo.

Distribuição: É o conjunto de aplicativos mais o Kernel Linux.

Aplicativo: É um programa de computador que tem por objetivo o desempenho de tarefas de índole prática, em geral ligadas ao processamento de dados, como o trabalho em escritório ou empresarial.




Introdução


Tudo começou quando Ken Thompson inventou um sistema operacional chamado UNIX. Ele o criou para utilizar em seu computador, o qual não era muito avançado e exigiu muito conhecimento de Thompson para que desenvolvesse um sistema que extraísse o máximo de desempenho, confiabilidade e capacidade de armazenamento de seu computador, um PDP-7 no qual trabalhava. Como naquela época não existiam usuários de sistemas operacionais, e sim programadores, o UNIX não se preocupava em ter uma interface voltada ao usuário leigo, ou seja, nada de Ajuda, Lixeira ou janelinhas coloridas. Era tudo feito através de comandos.

Isto não significa que o UNIX seja somente para programadores, atualmente isso mudou bastante, temos distribuições Linux – baseado em UNIX – que além de possuírem interface gráfica são muito amigáveis e tem ótima aceitação por parte dos usuários finais.

A princípio, os usuários foram atraídos para o universo Linux por razões políticas e financeiras, que mais tarde se tornaram fãs de um sistema que funciona melhor do que as expectativas. Como servidor o Linux tem ferramentas competentes, seja para servidor de arquivos e impressão ou servidor Web, entre outros, conta também com mais recursos de utilidade para os administradores do que produtos concorrentes e nada gratuitos.

Em momento algum se diz que o software proprietário não é funcional, é pior que o software livre ou algo semelhante, pois, este artigo busca apresentar o outro lado da moeda, a fim de expor as benfeitorias provenientes do mundo Open Source.

Para alcançar os objetivos propostos para este artigo, foi utilizado o método bibliográfico com algumas características de um levantamento de dados, segundo (Furaste, 2004) o Projeto de Pesquisa foi concebido para ser uma versão preliminar do Trabalho que se vai realizar, é um esboço inicial do que se quer fazer. Serve para o acadêmico traçar um roteiro inicial daquilo que pretende seja seu trabalho.


Desenvolvimento


Michelazzo define Software Livre como: “[...] aquele que cuja licença de propriedade industrial ou intelectual não restrinja sob nenhum aspecto a sua cessão, distribuição, utilização ou alteração de suas características originais, assegurando ao usuário acesso irrestrito e sem custos adicionais ao seu código fonte, permitindo a alteração parcial ou total do programa para seu aperfeiçoamento ou adequação”. Como descreve Rocha, “O fato de o software ser de código aberto é uma implicação do conceito de liberdade, o software não pode ser livre se não tiver seu código disponibilizado. Nem tudo o que é de código aberto é livre, ou seja, você é livre inclusive para vender o programa".

O início do Open Source e posteriormente do Linux, deu-se com a criação do Unix, o qual foi desenvolvido na linguagem C.

De acordo com Anunciação (1997) não se pode falar de Linux sem mencionar a Internet e o UNIX. Essa relação tornou as novas tecnologias e o conhecimento acessível a todos. O UNIX foi criado para servir como ambiente de programação mais amigável. Tempos depois ele foi reescrito da sua linguagem original Assembly para a mais amigável C, dando maior portabilidade entre computadores de outros fabricantes. Hoje é possível encontrar diversas versões do UNIX, que vão de distribuições para PCs até supercomputadores, com o preço variando de migalhas até centenas de milhares de reais.

Segundo Jang (2003, p.12), “em 1991, Linus Torvald era um formando na Finlândia. Ele não estava feliz com os sistemas operacionais disponíveis para o seu novo computador, então ele reuniu um kernel, para permitir a alguns componentes de sistema operacional se comunicarem com o hardware do computador”.

Disse ainda, que:

Richard Stallman desenvolveu a GPL para trazer as vantagens, anteriormente disponível em UNIX, para a comunidade geral de software. Ele queria desenvolver uma licença que protegesse de qualquer um que quisesse ocultar seu código-fonte. O software GNU é licenciado sob a GPL. Veja os três princípios por trás da GPL:

  • Todo software GPL precisa ser distribuído com uma cópia completa do código-fonte. O código-fonte precisa incluir documentação clara.

  • Qualquer software acrescentado a software GPL também precisa está claramente documentado. Se o novo software interagir com o software GPL, o pacote, como um todo, precisa ser distribuído com software GPL.

  • Qualquer software GPL vem sem uma garantia. (Jang, 2003, p. 12).

Sendo um sistema operacional desenvolvido com base no UNIX o Linux apresenta similaridades, alem de permitir, entre outras, a seguinte função: “É escrito no princípio do código-fonte aberto, o que dá a qualquer de seus usuários a condição de obter o código-fonte e nele trabalhar para o desenvolvimento do mesmo ou de novo produtos a partir deste código". Os novo produtos gerados poderão ser comercializados, contudo não podem ser restringidos pelos seus fabricantes. (JAMIL, 1999).

O Linux foi criado por Linus Torvald, com ajudas extras de muitos desenvolvedores através do mundo, hoje o Linux é um dos mais populares sistemas operacionais para PCs. Ele possui recursos atraentes, um desempenho acelerado em relação às demais plataformas, ocupa menos espaço no disco, além de ser um produto de código-aberto permitindo assim o surgimento de inúmeras distribuições (Lee, 2000).

É raro o caso de usuários que entraram no mundo da informática através do Linux, a maioria que migra para o Linux, por curiosidade ou por necessidade, não quer abandonar outros sistemas operacionais (seja um sistema Microsoft Windows, OS/2, ou alguma versão Unix). De início, o Linux divide o Disco Rígido com outros sistemas, permitindo que o usuário escolha qual sistema ele deseja inicializar para o seu o trabalho que deseja realizar, é a chamada instalação em Dual Boot, a qual utiliza sistemas de inicialização (boot) bem amigáveis, a exemplo deles temos o Lilo Linux Loader), Loadlin e o Grub (Siever, 2000).

Partindo para a área do desenvolvimento, Matthew e Stones (2002, p.1), comentam que: [...] “o Linux é uma excelente plataforma para o desenvolvimento de aplicativos. Sua arquitetura aberta e a disponibilidade de seu código-fonte tem tornado realmente atraente escrever aplicativos para Linux. [...].

Deve haver entre área de desenvolvimento e administração de sistemas, uma relação que se torna essencial para definição e consolidação do projeto, além de quebrar certos preconceitos históricos. É importante somar o conhecimento do Sysadmin ao do Desenvolvedor. O Sysadmin deve saber programar assim como Desenvolvedor deve conhecer o ambiente para o qual está programando. Essa relação conta com uma base de conhecimento que é a maior da história da humanidade e que aumenta a cada dia, a Internet. (Rocha; Campos). As principais vantagens do software livre são: redução de custos em toda a cadeia, aproveitamento de equipamentos ditos obsoletos, possibilidade de modificar o software para funcionamento específico, disponibilidade ilimitada de aplicativos para todas as áreas, contribuição com a sociedade, liberdade de escolha entre clientes de e-mail, clientes de mensagens instantâneas, navegadores, clientes para redes P2P, fazem parte do espírito livre do Linux, entre outras”. Mas, há controvérsias. Consta como desvantagens do Linux: a dificuldade de adaptação por parte dos usuários acostumados com outras plataformas (Windows e Mac), drivers para dispositivos não atendem todos os periféricos, pouca disponibilidade de jogos e programas voltados ao entretenimento. O que não é um fator de peso para não se utilizar o Linux, pois as vantagens são bem maiores que pontos negativos, os quais podem ser contornados para atingir a necessidade do usuário”. (Michelazzo).

Comparações têm sido evitadas, porém há certos aspectos que existem essa análise para um melhor entendimento, com é o caso da funcionalidade descrita a seguir:

[...] frequentemente Linux e Windows são comparados a outros hábitos do cotidiano como carros e motos, casas e apartamentos, mas vamos tentar nos ater ao desktop em si. A não ser que você pretenda pagar para instalar um aplicativo de terceiros, para alterar a aparência, por exemplo, no Windows você terá que se contentar com o que a Microsoft decidiu que é bom pra você. No Linux, você pode confortavelmente fazer seu desktop ter o 'look and feel' que é a sua cara. Você pode ter exatamente o que você quer. Desde um ambiente gráfico simples, como o Fluxbox, até uma experiência 3D completa com o Compiz.


Spanbauer (2008, p.4), comenta que: “[...] o Linux é diferente do Windows, mas não é nenhum bicho de sete cabeças. O investimento humano que você faz em largar as custosas licenças do Windows e do Office pagam por si só rapidamente. E o mais importante: você estará livre para rodar os softwares de desktop e servidor que quiser, no hardware pelo qual você pode pagar”.



Conclusão


As diferenças e vantagens alcançadas pelo software livre sobre o software proprietário são inúmeras e a cada dia esses benefícios aumentam. O que se tem a fazer é analisar o qual a necessidade da empresa ou do usuário e procurar qual o melhor sistema Open Source que supre as suas necessidades. Com certeza não será difícil encontrar. Na internet há diversas comunidades sobre os mais variados sistemas Open Source. Além de vantagens financeiras, melhor desempenho do sistema e aplicativos neste utilizados, a migração para um sistema de livre, torna-se uma incessante busca pela qualidade e conseqüentemente uma adição de conhecimento para o intelecto.


Bibliografia


ANUNCIAÇÃO, Heverton Silva. Linux (Sistema Operacional de Computador). São Paulo. Érica, 1997.

FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas Técnicas para o Trabalho Científico. 13. Ed. – Porto Alegre: s.n., 2004.

JAMIL, George Led. Linux para Principiantes. Rio de Janeiro: Axcel Books, 1999.

JANG, Michel. Dominando Red Hat Linux 9. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna LTDA, 2003.

LEE, Lisa. Linux. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

MATTEW, Neil; Stones, Richard. Professional Linux Programando. São Paulo: Makron Books, 2002.

SIEVER, Ellen. Linux, Guia Essencial. Tradução de Edson Furmankiewicz, Joana Figueiredo. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

ROCHA, Ivan Ribeiro; CAMPOS, Rodrigo Albani de. Software Livre nas Corporações. Disponível em: brlinux.linuxsecurity.com.br/tutoriais/palestra_softlivre.pdf

WALLEN, Jack. As 10 principais diferenças entre o Windows e o Linux. Disponível em: http://www.guiadopc.com.br/artigos-e-dicas/3394/as-10-principais-diferencas-entre-o-windows-e-o-linux.html

MICHELAZZO, Paulino. Software Livre – Um novo Paradigma. Disponível em: http://gufsc.das.ufsc.br/tiki-download_file.php?fileId=4

SPANBAUER, Scott. Migrar para o Linux pode representar boa economia para sua empresa. EUA: PC World, 2008. Disponível em: http://pcworld.uol.com.br/dicas/2008/07/15/migrar-para-o-linux-pode-representar-boa-economia-para-sua-empresa/paginador/pagina_4